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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

NECROSE EVANGÉLICA: TEM JEITO?



Começo a escrever este texto com uma dor, um nó na garganta.
Que pena ter de escrever isto. No entanto, não tenho mais estômago ou paciência para continuar assistindo a tanta bandalheira e safadeza (desculpem a descompostura neste último termo, ou em outro eventualmente) no meio deste povo cuja vocação de ser sal e luz vem sendo defraudada, chafurdada e violentada, num processo degenerativo vertiginoso.

A igreja brasileira está sendo comida por dentro, está necrosando. Em muitas áreas o cheiro e aspecto de necrose já são extremamente patentes, e não há nem mesmo como disfarçar o estado atual das coisas.
A vida de Deus não flui há muito em muitas denominações, ministérios e indivíduos que confessam a fé evangélica, porém, negam-na com seus atos e testemunhos incompatíveis com as verdades bíblicas. Então, quando o Espírito não flui mais, quando o tom profético da Palavra perde espaço para o intelectualismo carregado dos comportamentos e sofismas contemporâneos, é morte certa!

Não quero posar de profeta (basta o monte de “probestas” encampados em nossos púlpitos, ladrando mentiras e baboseiras), mas creio com toda minha força que não vai ficar por isto mesmo não: O Senhor da Igreja irá executar juízo sobre a igreja brasileira, extirpando o que está podre, e não vai demorar! Grandes denominações, ministério e figuras expressivas que atualmente causam escândalos, espalham heresias e provocam polêmicas inúteis em torno da Mensagem do Evangelho experimentarão o que já ocorreu em outras épocas e lugares!

A necrose evangélica se verifica nas franquias espalhadas em cada esquina que, na disputa palmo a palmo por espaço nas grandes avenidas, revelam os chacais à cata de moribundos que possam ser convencidos por suas ofertas de milagres, curas e vida regalada.
Para mim, soa como obscena a verificação de que em grandes capitais existem disputas por terrenos, prédios e cabeças – em muitos casos, o litígio entre denominações chegam às vias de fato, culminando nos tribunais!

A necrose evangélica está na idolatria disseminada pelos espertalhões que alienam multidões através de suas pregações repletas de jargões, frases de efeitos e promessas que só convencem os que nada conhecem da Palavra de Deus – fantasias e ilações que nem mesmo eles acreditam.
O cúmulo da tal idolatria, semeada e cultivada por muitos dos “ministros-deuses”, pode ser constatado, por exemplo, nas estapafúrdias fachadas estampadas com suas fotografias, das filiais de suas “lojas de falsa fé” espalhadas mundo afora.

A necrose evangélica está no comércio exacerbado de produtos pretensamente cristãos de segunda; de terceira... de quinta categoria. Refiro-me aos livros horrorosos, aos penduricalhos pra lá de esquisitos (e inúteis) e às produções ditas evangélicas que não edificam nada; não servem pra nada e, portanto, não passam de lixo. Com raríssimas exceções, basta uma visita em lojas de artigos evangélicos para ver muitas coisas medonhas com ilustrações, inscrições e fraseados conhecidos do meio, usados como mera técnica de marketing e estratégia de venda, nada mais – muitos destes artigos são fabricados, confeccionados e comercializados por empresários que – do Evangelho – só querem o lucro!

A necrose evangélica contaminou o louvor e vem destruindo a adoração; vem deformando as liturgias fazendo com que homens e mulheres sejam mais adorados que o próprio Deus.
A síndrome de Lúcifer (a soberba), doença que arrebatou Satanás dos mais altos céus, afeta artistas cristãos (outrora servos) em nossa geração. Entre estes há homens e mulheres cujas vidas em nada refletem santidade e rendição ao espírito Santo. No entanto, mesmo com suas vidas desregradas e dúbias (não é incomum constatar comportamentos ímpios em vários artistas evangélicos!), eles conseguem reunir multidões dispostas a aplaudi-los em shows cheios de efeitos especiais, carregados de tecnicismo e profissionalismo, mas totalmente vazios da Glória de Deus.

A necrose evangélica é visível nas ordens de pastores que não ordenam nada. Está nos Conselhos de pastores que, em muitos casos, não ouvem conselhos, nem são capazes de aconselhar a ninguém.
Esta enfermidade se espalha nos desencontrados encontros de ministros, nos cafés, almoços e jantares de pastores que enchem os olhos (e o “bucho”), mas se esvaziam da Palavra e da ética.

A necrose evangélica é um mal que tem causado rupturas profundas no Corpo de Cristo; tem provocado o ódio não confessado entre denominações e ministros, os quais disfarçam tal sentimento sob o manto da hipocrisia, do falso amor e do falso perdão.
Diante da inexorável ação desta enfermidade que degenera o povo de Deus, só resta àqueles que têm o Espírito Santo a dieta do clamor, do choro e do jejum; aliados a atitudes que desconfiem do que não tem base bíblica; que discordem dos exageros e falcatruas; e que denunciem tudo o que foge dos termos da pregação de Cristo e dos Apóstolos.
Cada crente, grupo ou congregação deve se engajar no combate a este mal. Ou nos posicionamos agora, ou seremos vitimados pelo mesmo flagelo! - pr Aécio

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Usei a palavra "necrose" como figura de linguagem tão somente.

Segundo o site http://www.bgcirurgiaplastica.com.br/ep-necrose.htm

"Necrose é o estado de morte de um tecido ou parte dele em um organismo vivo. Pode ter causas fisiológicas; traumatismos graves ou por agentes biológicos, como a ação de fungos, bactérias e vírus."

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