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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ELES ESTÃO DECEPCIONADOS COM A GRAÇA MESMO? – O OUTRO LADO DA MOEDA (PARTE 3)


Um rapaz veio conhecer nossa igreja e pediu para conversarmos. No dia e horário marcados ele chegou pontualmente ao encontro – era um pretendente a se tornar novo membro. Entre amenidades e demais honrarias típicas entre dois desconhecidos, fomos evoluindo lentamente, obedecendo a cadência das curiosidades que o mesmo desejava esclarecer, antes de tomar a decisão de passar a frequentar assiduamente os cultos e demais atividades locais. Fui sabatinado durante vários minutos sobre todas as coisas pertinentes à dinâmica da congregação, etc. Até aqui, tudo bem, nada a declarar. Porém, a conversa tomou um rumo totalmente inesperado quando o mesmo fez a seguinte pergunta: “Pastor, quais são meus direitos e deveres em sua igreja?”.

Bem, a história daquele rapaz em nossa congregação foi muito curta e desastrosa. Sua visão de igreja era mais de estrutura organizacional do que de corpo, de grupo. Mas ele não é um caso isolado. Milhões de crentes são altamente improdutivas e indiferentes em nossas igrejas por falta da visão adequada, por não entenderem o real sentido e papel da Igreja do Senhor Jesus na Terra.

As pessoas jamais deveriam fazer parte de uma igreja com a concepção de que fazem parte de um espaço onde dão ou recebem ordens; onde cumprem com certos deveres e obrigações; onde desfrutam de certos direitos; ou simplesmente se submetem a um sistema rígido de regras. Talvez esta interpretação do que é igreja faça com que muitos ajam da maneira como aquele moço, sondando aqui ou ali a procura de um lugar que se adeque às suas condições, visão, preferências, disponibilidade e capacidade.

É possível que desde os primórdios, nossos antepassados – refiro-me especificamente aos líderes – não foram muito felizes em traduzir para as pessoas que iam se aglomerando e formando as congregações, que a igreja é (ao menos deveria ser) um lugar muito mais destinado a “relacionamentos simbióticos”, um lugar de encontros, onde todos edificam todos, ajudam e cuidam de todos e se amam (com amor ágape) profundamente. Com o tempo, sacramentamos nossas liturgias, divinizamos nossas doutrinas, espiritualizamos nossos estatutos e regulamentos, ao passo em que sacrificamos os abraços, subjetivamos as amizades e sufocamos as emoções – nos tornamos religiosos demais e humanos de menos. – pr Aécio

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