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quinta-feira, 5 de maio de 2011

O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM A FAMÍLIA EVANGÉLICA BRASILEIRA?


Não é nada fácil responder esta pergunta hoje em dia.
Não dá pra ser reducionista nesta hora.
A gente precisa respirar fundo, pensar, refletir, analisar e aí sim, podemos iniciar uma discussão sobre um dos assuntos que ainda não preocupa (nem ocupa) devidamente as lideranças evangélicas em nosso país, e que já está causando grandes estragos no testemunho da igreja por aqui – se pensarmos em termos de futuro, então, o imbróglio toma dimensões gigantescas.

Do pecado familiar que Deus odeia, o divórcio (Ml 2.4), aos pecados grosseiros que assemelham famílias evangélicas a quaisquer famílias que não confessam ou praticam religião alguma, podemos encontrar de tudo. Vícios, violência doméstica, abuso sexual, adultério, fornicação, idolatria, desprezo, falta de perdão e inúmeros outros desvios podem ser encontrados com certa facilidade em grande parte de lares de pessoas que enchem nossas igrejas todos os domingos.

Talvez, o que mais prejudica o debate em torno dos temas que abordam as famílias evangélicas é a hipocrisia. Sim, somos um povo dado à hipocrisia quando a questão é tratar objetivamente dos pecados que assolam nossas casas, visto que somos “santarrões” demais e não queremos expor nossa privacidade... Privacidade que muitas vezes disfarça a infelicidade de casais que amargam uma eterna “lua de fel”; que oprime filhos sistematicamente torturados em ambientes nada saudáveis. Tudo isto em nome de uma fachada da fé vazia e da consequente religião inócua. Porém, leiamos o que o apóstolo Paulo escreve em II Tm 5.8: “Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.”.

Nem mesmo os púlpitos escapam. A infelicidade está estampada no rosto de muitas mulheres de pastores e demais ministros evangélicos, que já não aguentam mais assistirem seus maridos se desdobrando pra dar atenção a todos fora de casa, enquanto seu lar carece de relacionamentos sólidos, saudáveis. Esta observação também serve para mulheres que se dedicam demasiadamente aos trabalhos da igreja e negligenciam suas casas, maridos e filhos. Cansei de ver irmãs líderes dos chamados “círculos de oração” não perceberem que suas casas estavam se transformando em verdadeiros “círculos do cão”. Também já não me causa estranheza saber que muitos jovens crentes, nascidos no chamado “berço evangélico” estão se tornando depressivos, rebeldes e até mesmo resistentes ao Evangelho – dentre eles, uma boa parcela envereda pelo mundo das drogas, prostituição e até na marginalidade! Falando nisto, já ouvi vários rumores de que, o que não faltam nas unidades das diversas instituições prisionais, são os “filhos de crentes”; doutrinados nas igrejas de crentes; criados por pais crentes e ensinados na fé dos crentes. Por que será?! As respostas para esta e para pergunta tema não são fáceis assim, eu sei. 

Mas a gente não pode simplesmente aceitar passivamente o que está aí. A Igreja tem papel determinante para resgatar e restaurar as famílias que estão sendo sistemática e brutalmente acossadas e assoladas covardemente pelo diabo, que se utilizando de todos os recursos do mundo (que “jaz no maligno”) não tem encontrado a devida resistência em nossas casas. Por displicência? Por ignorância? Por comodismo? Por estupidez?

Creio que é possível revolucionarmos nossos lares com ações que a priori podem não parecer simples – talvez por nunca as termos praticado, ou por as termos deixado cair no desuso. Entretanto, se conseguirmos transformar estas mesmas ações em hábitos presentes em nosso dia veremos a “... diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não o serve.” (Ml 5.18).

Proponho uma pequena lista de ações que podem ajudar a começar o processo de resgate e restauração de um lar:

• Estabelecer o momento devocional em família (oração acompanhada de leitura e reflexão da Bíblia).
• Separar um tempo para estarem juntos, para dialogar e se relacionar (em torno da mesa ou no lazer).
• Expressar amor e prazer em estar em família.
• Mostrar humildade em perdoar e conceder perdão.
• Confessar publicamente, em família, quando cometer pecados relativos a ela própria.
• Reafirmar e praticar valores morais e éticos.
• Celebrar juntos os momentos de conquistas e festas.
• Sentir as dores uns dos outros.
• Ter compromisso com o Reino, consagrando cada um seus dons, servindo numa igreja local.
• Reconhecer a necessidade de auxílio (de conselheiros, mentores, etc.).
• Demonstrar afeto, cordialidade e romantismo.

Dadas as implicações que envolvem cada família em particular, pode ser que a lista acima não seja (ou não contenha) a reposta para todos os problemas, mas penso que com um pouco de esforço ela pode inspirar e motivar a todos na direção de um grande (re)começo!

- pr Aécio -

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